Capítulo 3: Caminho difícil

Posted by Raptor | Posted in | Posted on 10:38



Andei meio que abaixado mais alguns metros à frente e depois até o outro lado da rua, subi na laje de uma loja com a ajuda de algumas caixas de madeira que estavam jogadas ali perto e da marquise. De cima eu tive uma visão melhor do que estava acontecendo, os zumbis estavam amontoados do lado de fora, devia haver muito mais lá dentro. Duas casas separavam a laje da loja em que eu estava da laje do supermercado, onde eu poderia ver o que estava acontecendo lá dentro por cima, através de algumas janelas basculantes que davam acesso a uma construção feita em cima da laje, provavelmente parte do depósito.

A distância entre a laje da loja e da casa era muito curta, 1,5 metros no máximo, o que iria facilitar meu salto. Andei um pouco para trás, corri e pulei, caindo em pé sobre a laje da casa, sem nenhum problema, até que tinha sido fácil. Mas logo depois encontro dois problemas: as duas casas eram separadas por um beco, com uns 2,5 metros de largura, e havia um corpo na laje em que eu pularia. Observei o corpo por um minuto, ele não se movia, havia uma mochila em suas costas e nenhum sinal de sangue nas roupas, ele estava virado de bruços, não pude ver sua face, apenas as mãos, que estavam cheias de larvas, sinal de que havia morrido há pouco tempo e não infectado, ele iria se transformar antes que as larvas fossem deixadas ali pelas moscas. Eu não iria voltar por causa de um corpo, não mesmo, mas o que poderia ter levado ele à morte? Talvez eu descobrisse se pulasse os 2,5 metros que me separava da laje do corpo.

Afastei-me da beira da laje, o bastante para correr, peguei fôlego e comecei a correr, sem pensar muito no que poderia acontecer se eu caísse. Saltei como nunca, caindo de peito na laje da outra casa, ralando um pouco as palmas das mãos. Seria uma queda de cinco metros se algo desse errado. Sentei-me, batendo as mãos para tirar a areia dos arranhões. Levantei e olhei para o corpo, e por um momento os gemidos dos mortos-vivos à porta do supermercado parecia ter aumentado.

Me aproximei do corpo de vagar, e empurrei ele com o pé, virando-o para cima, revelando a face de um cadáver em decomposição, o cheiro de podridão tornou-se mais forte quando eu o virei. Seus olhos já haviam sido devorados pelas larvas, e sua pele começava a ficar acinzentada. Vi um buraco na testa dele, logo depois notei um revólver Rossi 518 caído ao seu lado, peguei-o e verifiquei o cartucho, ainda restavam três balas.

Eu aprendi a usar armas pela televisão e lendo os panfletos que eram entregues por voluntários, mas andar por aí atirando nos infectados não é uma boa idéia, o som do tiro atraí todos que escutarem-no, talvez eu não tenha escutado o tiro quando esse cara se matou, poderia ter sido de noite e como minha casa fica a alguns minutos daqui, o som deve ter chegado muito baixo, insuficiente para me acordar.

Vasculhei todo o corpo para ver se achava algo de útil, tomando cuidado para não encostar naquelas criaturinhas nojentas que iam comendo-o aos poucos. Não havia nada nos bolsos, e na mochila nada além de uma lanterna e uma barra de cereais, que agora pertenciam a mim.

Enquanto guardava o revólver, a lanterna e a barra de cereais em minha mochila, escutei vozes que pareciam ter vindo pelas janelas basculantes do supermercado. Não parecia com um gemido dos infectados, não era a voz rouca e fantasmagórica de um deles, era a voz de um homem. Não deu pra entender o que ele disse, mas foi o bastante pra acreditar que havia alguém ali. Fui até a beira da laje da casa e olhei a distância entre ela e o supermercado, não dava mais do que 1,5 metros... Peguei distância, corri e pulei, caindo em pé, bem de frente para aquela construção, cuja porta de entrada estava trancada por uma corrente e um cadeado.

Comments (6)

Muito loko! Continue assim!!

muito bom mesmo ^^

Obrigado pessoal =]

Olá, Raptor.
Gostaria de parabenizar o seu texto que é de alta qualidade em vista de muitas "fan fics" que leio por aí (um gênero que, pessoalmente, não gosto. Sou apaixonado por zumbis e creio que, em seus capítulos, deixa-se bem claro este ar denso que é de um apocalipse, de um fim do mundo.
Uma dica: invista muito no seu personagem principal. São os primeiros capítuslo e creio que você poderia incrementar coisas, dar vida ao seu personagem para que a história tenha um andamento bem melhor.
Estou seguindo seu blogue e a cada capítulo passarei por aqui.
Abraço!

Complementando o post do Leandro fonseca,pequenos detalhes como alguns medos ou problemas emocionais e físicos são importantes ao desenrolar da história.
procure escrever com paciência e não tenha vergonha de consultar o word ou dicionário pra corrigir palavras,boa sorte!

Aye aye!

Obrigado pelas dicas :)

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